Na última quarta-feira o Fato Novo publicou reportagem sobre a situação dos dois acusados da morte de Djalmo Lírio Bohn. O crime ocorreu em dezembro de 2011, quando Djalmo foi executado a tiros ao sair de casa. Na ocasião, uma câmera de um estabelecimento próximo flagrou um motociclista assassinando Bohn junto de sua caminhonete.
O crime gerou grande repercussão. Os acusados foram presos em fevereiro do ano passado e desde então estão recolhidos na Penitenciária Estadual de Montenegro. Pelo que apurou a Polícia Civil na época, Tiago Fernandes, de 27 anos, morador de Nova Colúmbia, no interior de Bom Princípio, foi quem efetuou os disparos. Segundo a Polícia, ele confessou a autoria dos tiros e informou que Geraldo Vitorino Reichert, 55 anos, empresário que era sócio de Djalmo, lhe prometeu pagar R$ 50 mil para a execução, dos quais 35 mil reais já havia recebido.
Alegando inocência
advogado criminalista André Luís Callegari, que atua na defesa de Geraldo junto com o advogado Ariel Weber, entrou em contato com a reportagem do Fato Novo. O doutor Callegari informou que foram impetrados dois habeas corpus perante o Tribunal de Justiça do Estado. Ele cita que o relator do processo, que é o responsável pela análise, entendeu que a prisão de Geraldo vem sendo mantida ilegalmente. Entretanto, foi voto vencido, já que outros dois desembargadores votaram para que a prisão fosse mantida.
A justificativa da Justiça para manter a prisão preventiva é de que com os acusados soltos eles poderiam forjar uma única tese defensiva. O advogado estranha a decisão, pois a instrução criminal já está encerrada, não surgindo mais nenhuma prova. Callegari considera descabido que Geraldo e Tiago, se fossem colocados em liberdade, poderiam forjar uma tese defensiva. “Não há possibilidade de que uma mera suposição venha a quebrar o princípio constitucional da presunção de inocência, eis que se estaria punindo Geraldo antes mesmo de um justo julgamento”, afirma o criminalista.
Callegari entende que Geraldo deveria responder ao processo em liberdade. Ele cita que no depoimento concedido na Justiça, Tiago negou qualquer envolvimento de Geraldo, o que foi corroborado por sua companheira e demais testemunhas. Essa versão contraria o depoimento inicial de Fernandes na Delegacia, onde incriminou Reichert. “Qual o risco que apresenta o empresário Geraldo solto?, questiona o advogado, lembrando que ele é réu primário, trabalha e tem residência fixa. Os defensores também ingressaram com recurso contra a realização de júri popular. “Não existem provas suficientes que comprovem a participação de Geraldo”, alega o doutor Callegari.
O caso ainda está em fase de julgamento de recursos, sem previsão de quando irá ocorrer o julgamento. Se ocorrer o júri popular, aberto ao público, será na Feliz e poderá acontecer ainda neste ano.